quarta-feira, 17 de abril de 2013

Como as coisas estão..


As coisas nunca foram muito fáceis pra mim, grande parte por minha culpa, pela forma como eu vejo o mundo. Mas ultimamente as coisas parecem um pouco mais complicadas.
Eu estava sem fé, sem ter no que me agarrar e achava que isso era ruim – e de fato é, muito ruim. E foi então que eu conheci de perto uma religião que sempre me chamou muito a atenção: A umbanda. A principio eu confesso que não acreditava muito, mas achava fascinante a fé de todos os umbandistas. E só hoje, tendo me tornado uma umbandista é que eu entendo de onde vem tanta crença. É tudo tão real e palpável que não tem como duvidar, não tem como questionar… Você vê tudo acontecer, com as pessoas ao seu redor e com você mesmo, você sente e seu próprio corpo se torna um instrumento de trabalho para orixás tão poderosos e fantasticos que realmente não há como questionar…
Até então, foi algo muito bom que aconteceu comigo… Mas tudo tem um preço. Como eu disse, meu corpo se tornou uma ferramente para seres muito mais fortes e talvez até incompreensíveis e com isso eu me vi presa. Eu sempre fui alguém com ideais muito fortes e um estilo gritante, sempre briguei pelo que eu queria e fiz as coisas do meu jeito, do jeito que eu me sentia bem. Mas agora as coisas não são mais assim… eu já não posso pintar meu cabelo do jeito que tenho vontade ou modificar meu corpo da forma que eu gostaria… não sem consequencias.
Não consigo me acostumar com meu cabelo tão… natural. Sinto falta das cores, as benditas cores que levaram tanto tempo pra entrar na minha vida. Quem me conhece sabe, que eu já tive meu cabelo das cores mais improváveis e sempre me aceitei muito bem assim. O fato é que, indiferente do que diziam, eu me sentia bem, eu olhava no espelho e gostava do que eu via. Eu me arrumava, apenas pra mim. Batia dezenas de fotos, por que me sentia linda nelas.
Hoje as coisas são bem diferentes… eu me olho no espelho e não me reconheço. Eu realmente não gosto do meu jeito. E há algum tempo eu desisti de me arrumar, por que eu simplesmente não gosto do que eu vejo. Tuo o que restou de mim, foram as cicatrizes.
Outra coisa que mudou e eu não consigo desfazer, foi a cor dos meus olhos. Eu me acostumei de um jeito absurdo às lentes de contato. É como se elas fizessem parte de mim. Agora, de alguma forma, eu não consigo mais. Preciso compra-las de novo, mas nunca sobra dinheiro ou oportunidade de adiquiri-las. E novamente eu olho no espelho e não me reconheço. Eu tento bater algumas fotos e nunca gosto do que eu vejo.
Perdi meu amor por mim, essa é a verdade. Nem das minhas unhas eu consigo cuidar mais e tudo isso só piora a cada dia que passa.
Meu casamento vai indo de mal a pior e nem isso eu consigo resolver. Eu amo meu marido e sei que ele também me ama, só por isso ainda estamos juntos, mas a verdade é que não damos certo juntos. Sinto como se nunca tivéssemos sido um casal de verdade. Não há confiança, não há compartilhamento de coisas.
Eu tento me erguer, tento aceitar as coisas como elas estão, mas não adianta. Uma hora a verdade sempre me estapeia e eu percebo que tudo o que tenho vivido é uma perfeita mentira. Estou cursando uma faculdade que já não me atrai, por que é o único lugar onde tenho amigos que me fazem esquecer por algumas poucas horas o quanto tudo está tão ruim.
Sem emprego, sem saber o que esperar do meu futuro. É assim que as coisas estão. Eu voltei a blogar na esperança que alguém leia tudo isso aqui e me diga o que fazer, como voltar a ser quem eu era, como voltar a sorrir de verdade. Mas eu sei que isso nunca vai acontecer… Ninguém vê o mundo do jeito que eu vejo.

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